terça-feira, 1 de junho de 2010

"Saúde" - PCP questiona Governo sobre encerramento do SAP

O grupo parlamentar do PCP questionou o Governo sobre o encerramento, a partir de hoje, do Serviço de Atendimento Permanente (SAP) de Armamar, que considera levar a “graves prejuízos para a população”.

Desde hoje, o centro de saúde funciona diariamente das 08:00 às 24:00 horas, deixando de ter serviço de urgência.

Para o PCP, a situação é “incompreensível”, porque a despesa que a Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte passa a suportar com o funcionamento entre as 20:00 e as 24:00 “vai ser mais elevada do que a parte que lhe cabia no protocolo” que tinha com a autarquia e Fundação Gaspar Manuel Cardoso.

“Aquele protocolo previa que os custos decorrentes do funcionamento do SAP do centro de saúde de Armamar seriam repartidos por estas três entidades, de modo a atenuar os gastos que a ARS Norte considerava serem incomportáveis para assumir sozinha a manutenção do serviço 24 sobre 24 horas”, recorda.

Segundo o PCP, “até ao momento não se conhecem as razões da denúncia pela ARS Norte do referido protocolo, conhecem-se sim as consequências”.

“Esta é mais uma machadada do Governo na qualidade de vida das populações do distrito, constituindo-se como um grave fator de aceleração do processo de desertificação deste concelho e dando substância à denúncia feita pelo PCP de que o Governo tem na manga o encerramento da maioria dos SAP dos centros de saúde do distrito”, lamenta.

Nesse sentido, no requerimento o PCP pergunta “qual a razão que levou a ARS Norte a pôr termo ao que aparentemente funcionava bem”.

Contactada pela agência Lusa, fonte do gabinete de assessoria da ARS Norte remeteu explicações para um comunicado, segundo o qual o encerramento do SAP de Armamar ocorreu no âmbito da reforma dos cuidados de saúde primários.

O centro de saúde de Armamar tem inscritos 7.019 utentes, para quatro médicos de família, sendo que no período entre a meia-noite e as 08:00 atendia, “em média, um doente por noite”.

Segundo a ARS Norte, os cuidados de saúde procurados no SAP de Armamar, “na sua generalidade, podem ser resolvidas pelos médicos de família do mesmo centro de saúde, no âmbito da consulta dos utentes ou por intersubstituição”.

Por outro lado, os utentes que acorreram ao SAP “em situações de verdadeira urgência”, foram depois “reencaminhados para os serviços de urgência hospitalares”.

A ARS explica que, a partir de hoje, “eventuais casos urgentes ou emergentes terão adequada resposta nos Serviços de Urgência das Unidades Hospitalares do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (em Lamego ou Vila Real), bem como no Serviço de Urgência Básico de Moimenta da Beira”.

Fonte: http://www.ionline.pt

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